sábado, novembro 01, 2008

L'evide(r)

L'evide(r)


Ça recelait une énorme solitude qu'il n'avait jamais niée, mais qui ressortait chaque moment de son parcours. Ce n'était pas la solitude qu'on éprouve pour ne pas avoir eu un 'grand amour' - grand, petit; il semblait que l'amour avait toujours besoin d'un qualificatif ou quelque chose qui le mettait en évidence (même si l'évidence ne faisait que semblant de cacher le 'vide'). De cacher les vies d'eux...
C'était quelque chose qu'il ne pouvait pas combler et que lui faisait souffrir énormement. Que fait-on avec un tel trou?

La langue
Il s'excusait d'écrire dans une langue qui n'était pas la sienne. Il s'excusait aussi de ne pas la bien parler. Il ne le faisait que pour s'exprimer de manière étrange puis qu'il se rendait compte que c'est (j'entends c'était...) comme ça que sa vie à moi, que ma vie à lui était: une suite de malentendus sans cesse. Quand on parle une langue qui n'est pas la nôtre (est-ce qu'un jour j'aurais, moi, une langue à moi?) on a le droit de faire des fautes, d'avoir tort.
À la fin de ma vie j'aurai des excuses: je n'ai pas vraiment vécu ma vie parce que j'habitais un autre continent. Désolé mais je crois que j'ai eu tort.

***
L'evide(r)
Isso ocultava uma enorme solidão que ele nunca havia negado, mas que sobressaía a cada momento de seu percurso. Não era a solidão que se experimenta por nunca ter tido um grande amor - grande, pequeno; parecia que o amor precisava sempre de um qualificativo ou algo que o colocasse em envidência (mesmo se a evidência apenas fingisse ocultar o 'vazio'). De esconder as vidas deles...
Era algo que ele não podia tapar e que o fazia sofrer demais. O que se faz com um buraco tamanho?

A língua
Ele se desculpava por escrever numa língua que não era a sua. E se desculpava também de não falá-la bem. Fazia isso apenas para se expressar de maneira estranha já que tinha se dado conta que é (quero dizer era...) assim que sua vida minha, minha vida dele era: uma série de equívocos intermináveis. Quando se fala numa língua que não é a nossa (será que um dia terei uma língua para mim?), tem-se o direito de cometer erros, de se enganar.
No fim da minha vida terei desculpas: não vivi realmente minha vida porque morava num outro continente. Sinto muito, mas creio que me enganei.

Imagem: Bridget Riley

9 Comments:

At sábado, 01 novembro, 2008, Anonymous Anônimo said...

Ah, Cícero, quando posta faz tudo em francês?! Por que não deu uma traduzida básica?

 
At sábado, 01 novembro, 2008, Blogger Cicero said...

pronto, ana amelia: traduzido.

 
At sábado, 01 novembro, 2008, Anonymous Anônimo said...

Hum, mesmo assim fica aí meu comentário de registro, viu?

 
At domingo, 02 novembro, 2008, Anonymous Anônimo said...

nossa, que lindo!!! adorei.

mas posso falar? em francês fica muito mais bonito, até porque tem os jogos de palavras...

 
At domingo, 02 novembro, 2008, Blogger Unknown said...

NUSS, Q LINDO!

eu já tinha lido, mas meu frânces não anda muito bem. Aliás, ele nunca saiu do lugar.

Mas enfim, lindo.

 
At domingo, 02 novembro, 2008, Blogger Unknown said...

francês*

 
At terça-feira, 04 novembro, 2008, Blogger Karen Cunha said...

Eu não vou zoar dessa vez.

na verdade fiquei meio deprê,

 
At quinta-feira, 06 novembro, 2008, Blogger agente laranja said...

Sempre que eu tenho uma coisa meio breguinha para dizer, mando em inglês. As vezes jogo um espanhol no meio, para disfarçar bastante.

 
At segunda-feira, 08 dezembro, 2008, Anonymous Anônimo said...

como vc é maravilhoso e blá, blá, blá. já sabe de tudo isso que penso sobre vc.
agora vou escrever mais vezes, aproveitando que dei uma acabadinha no meu joelho na balada e aproveitar os dias em casa.
sempre passo na frente da sua casa e penso: putz, que vontade de ver o cícero.
mas como sempre, em situações impossíveis: madrugada ou manhãzinha.
quando tiver tempo novamente (provavelmente depois do natal), combinamos isso direito. vamos partir mais coisas, muitas saudades. cansada de comentar da sua companhia para outros. :/

mil beijos

 

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