domingo, junho 18, 2006

Caminhos...

Caminhos...

(...) Terminei por me dizer que se as pessoas que não sabem para onde vão andam sem rumo e não chegam a lugar algum é porque elas não souberam dar um nome ao lugar para onde iam, ainda que este nome existisse apenas em suas cabeças, ainda que ele não constasse em nenhum mapa, ainda que eles jamais chegassem lá. Do mesmo modo, as pessoas são incapazes de contar uma história se não dispuserem, de antemão, de uma queda feliz ou infeliz, sem a qual sua história se ramifica em dezenas de riachos efêmeros como um rio quando sai de seu leito e acaba por se perder em um oceano de palavras verborrágicas em vez de voltar-se sobre si mesmo e de morder sua própria cauda (...).

Yann APPERRY, Farago (p. 437)

Imagem: Octobre, Jean Duquoc (S/D).
Tradução minha