Abarco todo o horizonte

Chagrin d'Enfant (1898), Émile Friant
Abarco todo o horizonte.
Dentro de mim só há água,
água estagnada, dos charcos
represos da minha mágoa.
Tenho tudo nos meus olhos,
as cores todas,e ponho
um leve acento de angústia
nas margens tristes do sonho.
Dentro de mim só há sombra.
O que possa acontecer
vai rasgando espaços brancos
nas fronteiras do meu ser.
Como um eco

Écho (1936), József Egry
Não tinhas nome. Existias como um eco do silêncio. Eras talvez uma
pergunta do vento.
Albano Martins
(Assim São as Algas, Campo das Letras, 2000)