quinta-feira, janeiro 11, 2007

Sans titre, sans date, mains vides

Sans titre, sans date, mains vides: (encore) un.

Enfim. Seis ou sete frases fizeram com que doze estações desaparecessem abruptamente, tal gotas d'água em ferro quente. Deu-se conta de que as palavras ardiam muito nessas ocasiões. A contragosto, foi inevitável a suspensão da respiração, a vertigem. Finalmente um ponto final. Acabavam-se os parênteses, as reticências, os pontos de interrogação.

Difícil (mas necessário) era admitir que tudo era (apenas) seu, que tudo pertencia somente a si e nunca havia, sequer, chegado ao Outro. "Enganara-se. Infelizmente".

"Il faut continuer encore. Il faut continuer encore plus. Il faut continuer toujours. Não tem sentido, mas é preciso continuar". Essas palavras (clichês, talvez), adquiriam todo o sentido com o passar do tempo, seu ex-carcereiro fiel. Sim, ex: o futuro do pretérito tornara-se, então, pretérito mais-que-perfeito.